sábado, 12 de novembro de 2011

Rev Saúde Pública 2001;35(2):150-158
www.fsp.usp.br/rsp
Prevalência do uso de drogas e
desempenho escolar entre adolescentes*

Beatriz Franck Tavaresa, Jorge Umberto Bériab e Maurício Silva de Limaa, c
aDepartamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas.
Pelotas, RS, Brasil. bDepartamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Pelotas. Pelotas, RS, Brasil. cFaculdade de Medicina da Universidade Católica de Pelotas.
Pelotas, RS, Brasil


Transtornos relacionados ao uso de
substâncias psicoativas,
epidemiologia.# Adolescência.#
Estudantes.# Baixo rendimento
escolar.# Comportamento do
adolescente. Prevalência. Estudos
transversais. Fatores
socioeconômicos. Fatores
epidemiológicos. Álcool. Tabaco.
Maconha. Cocaína. Ansiolíticos. –
Abuso de substâncias. – Drogas.
Desempenho escolar.

Objetivo
Avaliar a prevalência do uso de drogas entre adolescentes de escolas com segundo grau.
Métodos
Com base em um delineamento transversal, foi realizado estudo em 1998 , em
Pelotas, RS. Um questionário anônimo, auto-aplicado em sala de aula, foi respondido
por uma amostra proporcional de estudantes com idade entre 10 e 19 anos,
matriculados no primeiro grau (a partir da 5a série) e no segundo grau, em todas as
escolas públicas e particulares na zona urbana do município que tinham segundo
grau. Realizou-se até três revisitas para aplicação aos alunos ausentes.
Resultados
Foram entrevistados 2.410 estudantes e o índice de perdas foi de 8%. As substâncias
mais consumidas, alguma vez na vida, foram álcool (86,8%), tabaco (41,0%), maconha
(13,9%), solventes (11,6%), ansiolíticos (8,0%), anfetamínicos (4,3%) e cocaína
(3,2%). Os meninos usaram mais do que as meninas maconha, solventes e cocaína,
enquanto elas usaram mais ansiolíticos e anfetamínicos. Uso no mês, uso freqüente,
uso pesado e intoxicações por álcool foram mais prevalentes entre os meninos. Após
controle para fatores de confusão, permaneceu positiva a associação entre uso de
drogas (exceto álcool e tabaco) e turno escolar noturno, maior número de faltas à
escola no mês anterior e maior número de reprovações escolares.
Conclusões
A prevalência de experimentação de drogas em adolescentes escolares é alta, sendo
importante detectar precocemente grupos de risco e desenvolver políticas de prevenção
do abuso e dependência dessas substâncias.

INTRODUÇÃO
Consumir drogas é uma prática humana, milenar e
universal. Não existe sociedade que não tenha
recorrido ao seu uso, em todos os tempos, com
finalidades as mais diversas. A partir dos anos 60, o
consumo de drogas transformou-se em uma
preocupação mundial, particularmente nos países
industrializados, em função de sua alta freqüência e
dos riscos que pode acarretar à saúde. A adolescência
é uma etapa do desenvolvimento que grandes
preocupações suscita quanto ao consumo de drogas,
pois os anos adolescentes constituem uma época de
exposição e vulnerabilidade a elas.5
Na América Latina, estudos que investigaram o uso
de drogas por adolescentes por meio de questionários
anônimos auto-aplicados,1,2,16,17 indicam que o álcool
é a substância mais consumida, sendo as taxas mais
elevadas no sexo masculino.
No Brasil, inquéritos epidemiológicos têm sido
realizados com objetivo de estudar as prevalências de
uso de drogas.9,11,14 Além do álcool e do fumo, os
indicadores disponíveis apontam para uma
prevalência de uso de dois grupos de drogas dos quais
pouco se fala nos países industrializados: os solventes
e os medicamentos.
No Brasil, estudos anteriores a 1986 são de difícil
comparação entre si, por empregarem metodologias
bastante diferentes, amostragens mal definidas e
técnicas de análise estatística às vezes duvidosas.5
A partir de 1986, teve início uma segunda geração de
investigações, pois o uso de um questionário
elaborado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e adaptado para o Brasil possibilitou
padronizar os estudos e comparar os resultados
obtidos.

Estudos realizados entre escolares de primeiro e
segundo graus e entre estudantes universitários3,9,11,14
mostram, consistentemente, nas diversas regiões do
País, que o álcool é a droga mais utilizada, seguido
pelo tabaco. Os solventes se mantêm como os mais
comuns no terceiro mundo, após álcool e tabaco, enquanto
que nos países desenvolvidos a maconha ocupa
o terceiro lugar.18
O Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas) tem realizado inquéritos
periódicos com adolescentes escolares em 10 capitais
brasileiras. Quatro levantamentos nacionais (1987, 1989,
1993 e 1997) mostraram prevalências de uso na vida de
drogas (exceto álcool e tabaco) sempre maiores no sexo
masculino, quando comparado ao feminino, tendo sido
as taxas de 26,8% e 22,9%, respectivamente, em 1997.11
Dados referentes ao uso de drogas por estudantes
da rede estadual de Porto Alegre, RS, em 1997,
mostraram que pela primeira vez em dez anos a
maconha ultrapassa os solventes, ocupando o terceiro
lugar, após o álcool e o tabaco.11
Em Ribeirão Preto, SP, um estudo transversal em
1.025 escolares da rede pública e privada, utilizando
questionário anônimo auto-aplicado,14 mostrou que o
uso na vida de drogas ilícitas é maior na burguesia,
enquanto que o de álcool é maior no proletariado.
Mostrou ainda que todas as taxas de uso crescem
com a idade, sendo o consumo maior no sexo
masculino, exceto para os medicamentos.
O presente estudo teve por objetivo estimar as prevalências
de uso de drogas em uma amostra representativa
dos adolescentes que freqüentavam todas as
escolas públicas e particulares que tinham segundo
grau na zona urbana de uma cidade de porte médio
(Pelotas, RS). Também foi investigada a distribuição do
152 Rev Saúde Pública 2001;35(2):150-158
www.fsp.usp.br/rsp
Uso de drogas e desempenho escolar
Tavares BF et al.
uso de drogas em relação a fatores sociodemográficos,
bem como sua relação com o desempenho escolar.
MÉTODOS
Na pesquisa, realizada de agosto a novembro de
1998, utilizou-se um delineamento transversal. Pelotas,
cidade onde se realizou o estudo, localiza-se na região
sul do Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, distante
cerca de 240 km da capital do Estado. A população
urbana no ano de 1996 era de 282.713 habitantes.
A amostragem aleatória foi sistemática, estratificada
(turnos diurno e noturno, primeiro e segundo graus,
escolas particulares e públicas) e com probabilidade
proporcional ao tamanho (número de alunos) de todas
as escolas da zona urbana de Pelotas, que tinham o
segundo grau. O universo amostral constituiu-se de
24 escolas, sendo 12 unidades estaduais, nove
particulares, duas federais e uma municipal, com 27.990
alunos matriculados no primeiro grau (a partir da
quinta série) e no segundo grau, o que corresponde
aproximadamente à faixa etária de 10 a 19 anos.
O tamanho da amostra foi calculado para um estudo
mais amplo sobre o mesmo tema com o programa Epi
Info, versão 6.02. Estimou-se a prevalência de uso na
vida de drogas de 20% nos não expostos, nível de
confiança de 95%, poder estatístico de 80%, risco
relativo de 2 e prevalência da exposição (morbidade
psiquiátrica e eventos estressantes) de 3%.
Acrescentou-se ao número final 30% para fatores de
confusão e 10% para perdas, resultando num total de
1.960 pessoas.
Foi feito sorteio sistemático de cem turmas que
contribuíriam com 20 alunos cada uma, perfazendo um
total de 2 mil alunos. Sendo o tamanho das turmas
bastante variável, essa diferença foi compensada pela
ponderação na análise. Apenas uma escola, cujo
número total de alunos era 33, não teve nenhuma de
suas turmas incluídas na amostra.
Utilizou-se um questionário anônimo auto-aplicado,
com 128 questões, a maioria pré-codificada. Para dados
sobre o uso de drogas utilizou-se o modelo de
instrumento proposto pela OMS (1980) e adaptado no
Brasil por Carlini-Cotrim et al.7 A aplicação foi feita
coletivamente, em sala de aula, sem a presença do
professor, e os questionários recolhidos em envelope
pardo. Os aplicadores retornaram às escolas, em até
três ocasiões subseqüentes, para aplicar o
questionário aos alunos que estavam ausentes. Os
questionários de retorno eram aplicados em uma sala
disponível na escola, seguindo os procedimentos
estabelecidos. Para garantir o anonimato, o envelope
com os questionários da turma era levado nos retornos,
permitindo que os alunos depositassem seu questionário
em meio aos outros, no mesmo envelope.
As variáveis estudadas foram as seguintes:
Variável dependente
Padrão de uso não-médico de psicotrópicos (álcool,
tabaco, solventes, ansiolíticos, anfetamínicos,
anticolinérgicos, barbitúricos, maconha, cocaína,
opiáceos, alucinógenos, orexígenos e outros).
Para uso de drogas foram investigadas as seguintes
categorias, de acordo com a classificação da OMS:
• uso na vida: usou pelo menos uma vez na vida;
• uso no ano: usou pelo menos uma vez nos 12
meses anteriores à pesquisa;
• uso no mês: usou pelo menos uma vez nos 30 dias
anteriores à pesquisa;
• uso freqüente: usou seis vezes ou mais nos 30
dias anteriores à pesquisa;
• uso pesado: usou 20 vezes ou mais nos 30 dias
anteriores à pesquisa.
Variáveis independentes
• Classe social: determinada pelo critério Abipeme
(Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa
de Mercado),13 reformulado em 1991, que considera
itens de consumo e grau de escolaridade do chefe
da família. Quanto a este último, 638 alunos
informaram que o chefe da família havia feito curso
superior. Destes, 14 especificaram que o curso não
havia sido completado e 74 especificaram curso
completo. Os restantes, não especificados, foram
considerados como tendo completado o curso;
• demográficas: idade, sexo e cor;
• desempenho escolar: freqüência do aluno à escola
n
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Maconha

  1. Introdução
Muito se fala em drogas, mas como saber o que é droga? Tudo depende do objetivo a qual se deseja atingir e as formas de uso. Seria a maconha um mal absoluto ou poderia ser usada para fins benéficos como remédio ou como matéria prima para a indústria textil? Muito tem que se discutir sobre isso. Não podemos agir precipitadamente, mas sabemos de antemão que os efeitos da planta no organismo são avassaladores. Apresentamos aqui uma abordagem técnica da planta e uma análise social do seu uso, bem como seus efeitos no homem.


  1. Descrição da Planta
Canabis Sativa
Canabis Sativa
Nome: Maconha
Origem do Nome:
do Quimbundo* MA’KAÑA, que significa erva santa
Nome Cientifico: Cannabis sativa ( lia-se: kânabis sativa)
Família: Canabáceas
Origem: Àsia Central ou Oriente Próximo
Formas de Uso:
Pode ser usada como fumo ou por ingestão
Principio ativo:
THC (Tetrahidrocanabiol)
Descrição:
Planta arbustiva, possui folhas em forma serrilhada e verdes.
Pode atingir ate 2,50 metros de altura.
Status Legal: proibido uso, trafego e comércio.

* Quimbundo: língua do grupo Banto, falada em Angola.


  1. Histórico
A maconha (palavra de origem angolana) é uma das drogas extraídas de plantas mais antigas, os registros mais remotos datam de 2723 a.C., quando foi mencionada na Farmacopéia chinesa. Outras informações históricas evidenciam a existência da maconha em uma cerâmica com marcas da fibra do vegetal encontrada há mais ou menos 4.000 a.C. no norte da China central. Difundiu-se gradualmente para a Índia, Oriente médio, chegando a Europa somente nos fins do século XVIII e início do XIX, passando pelo norte da África e atingindo as Américas. Até então, era utilizada principalmente por suas propriedades têxteis e medicinais. Os romanos valorizam a planta principalmente por causa das resistentes cordas e velas para navio produzidas com sua fibra.

Após a viagem de Vasco da Gama, navegadores portugueses introduziram na África e na Ásia o tabaco. Em troca, seus navios trouxeram escravos acostumados a fumar maconha para o Brasil. Aqui ela também foi utilizada para produção de fibras, na mesma época, nos Estados Unidos, George Washington, Thomas Jefferson e fazendeiros importavam da Europa a semente para o plantio. As carroças dos pioneiros na conquista do oeste americano eram protegidas com lonas feitas a partir das fibras da maconha. Navios portugueses, espanhóis, holandeses, franceses e ingleses dependia tanto das velas e cordas de maconha que seus governos espalharam sementes da planta por todo o planeta.

Até o século XX a maconha era mais famosa nas Américas como fibra têxtil e como planta medicinal. De meados do século XIX até os anos 40 a maconha constava na farmacopéia oficial de vários países. Remédios a base de maconha eram disponíveis em qualquer farmácia. No ocidente a maconha começou a ser usada como psicotrópico por escritores e artistas no século XIX, como os poetas franceses Rimbaud e Baudelaire, mas sua utilização restringia-se a pequenos círculos boêmios das grandes cidades e as colônias de imigrantes asiáticos e africanos.

Em meados do século XX, porém, os cientistas identificaram os efeitos colaterais da maconha e seu uso acabou restringido ou excluído nas farmacopéias, sendo proibido por lei em vários países. O consumo da maconha, entretanto, passou a ser disseminado no mundo nos anos 60. A difusão do Rock e de Woodstock, bem como o avanço hippie em muito colaborou para que a maconha se espalhasse pelos Estados Unidos e desde este país fosse dissiminada para o mundo todo.

Seu uso era freqüente entre as classes mais baixas e mais tarde foi difundido entre os jovens de todas as classes. Na década de 1960 a maconha era usada em shows de rock, juntamente com outras drogas e atingiu grande abrangência entre os jovens, sendo inclusive usada por soldados americanos na Guerra do Vietnã. No Brasil a droga é usada principalmente no pela população jovem de classe baixa, média e alta. Nos últimos anos as estatísticas mostram que a maconha está sempre entre as drogas ilícitas mais consumidas pelos jovens estudantes colegiais e universitários.


  1. Forma de Uso e Outros Narcóticos Derivados da Maconha
Maconha para Fumar
Forma de Maconha para fumar
A maconha é usada como fumo, das folhas e algumas vezes de flores da planta.Também o haxixe, uma outra forma de narcótico é proveniente da maconha com a diferença de que utiliza a resina que cobre as flores e as folhas da parte superior da planta. É um extrato, e por isso o haxixe é muitas vezes mais potente que a maconha comum.
 
Aspecto do Haxixe
Haxixe
Há algum tempo surgiu uma nova variedade de maconha, chamada "skunk" ou "supermaconha". O skunk é produzido em laboratório com variedades de cânhamo cultivados no Egito, Afeganistão e Marrocos, apresentando um teor de THC ou seja tetrahidrocanabiol, o composto químico responsável princípio tóxico ativo da maconha, de até 33%. Seus efeitos são dez vezes mais potentes que os da maconha comum. No Brasil, o consumo do skunk está crescendo.
 
Folhas de Maconha
Folhas de Maconha, in natura
Haxixe: droga psicoativa constituída pela resina viscosa e dourada que cobre as folhas da maconha. O efeito máximo da haxixe ocorre 30 minutos após sua absorção, mascado ou fumado.

Skunk: droga psicoativa, derivada da maconha, produzida em laboratório. Contém altas concentrações de THC e efeitos que chegam ser até 10 vezes mais fortes que a maconha comum


  1. Princípio Ativo
THC - Princípio Ativo da Maconha
São mais de 60 substâncias que se encontram presentes na maconha, chamadas pelo nome genérico de canabióides. O tetrahidrocanabiol é a substância preponderante e o principal princípio ativo da maconha. Também é conhecido o delta 9 tetrahidrocanabiol. Sua concentração pode se de 1% a 5% na maconha comum e de até 33% no skunk.


  1. Como a Maconha Age no Organismo
Pontos de Ação da Droga Onde a droga aje


1-Cortéx Frontal.
Controla o comportamento.
A euforia tem origem aqui.

2-Núcleo Acumbens
pode sediar o mecanismo
que causa dependência.

3-Hipocampo
É o setor que guarda informações.
Se atingido perde-se a memória.

4-Cerebelo
Responde às alterações
da coordenação motora.
Quando um psicotrópico chega ao cérebro, estimula a liberação de uma dose extra de um neurotransmissor, provocando as sensações de prazer. À medida que o uso vai se prolongando, o organismo do usuário tenta se ajustar a esse hábito. O cérebro adapta seu próprio metabolismo para absorver os efeitos da droga. Cria-se, assim, uma tolerância ao tóxico. Desse modo, uma dose que normalmente faria um estrago enorme torna-se em pouco tempo inócua. O usuário procura a mesma sensação das doses anteriores e não acha.
Por isso, acaba aumentando a dose, para uma dose maior para obter o mesmo efeito. A dependência vai assim se agravando continuamente. Como o psicotrópico imita a ação dos neurotransmissores, o cérebro deixa de produzi-los. A droga se integra ao funcionamento normal do órgão. E quando falta o “impostor” químico, o sistema nervoso fica abalado. É o que popularmente se conhece como a síndrome da abstinência da droga.

Os neurotransmissores são substâncias químicas capazes de transmitir um sinal elétrico de um neurônio a outro. Assemelham-se a um eletrólito de bateria, o qual permite que a corrente elétrica circule pelas placas. Depois de retransmitir o sinal elétrico o neurotransmissor normalmente é reabsorvido, para não ficar estimulando indefinidamente os outros neurônios, permitindo que eles possam reagir rapidamente a novas exigências.

As drogas que provocam euforia, como a cocaína, impedem essa reabsorção, de modo que o cérebro fica super-ativado. Não é difícil perceber o estrago que essa intervenção antinatural pode provocar, quando se sabe que num minuto ocorrem trilhões de trocas neuroquímicas no cérebro. Não é sem razão que muitos especialistas em drogas chamam esse estado de "prazer espúrio"... Os especialistas costumam dividir as drogas em dois tipos: leves e pesadas.

Drogas leves são as que causam "dependência psíquica", que significa o desejo irrefreável de consumir a droga. Drogas pesadas são aquelas que além da dependência psíquica causam também a física, ou seja, a sua falta acarreta uma síndrome de abstinência tão violenta, com sintomas físicos tão dolorosos, que o viciado procura desesperadamente pela droga a fim de aliviar a ânsia de consumo. Por essa razão, fumo e álcool podem ser considerados como drogas pesadas, apesar de serem socialmente aceitas.


  1. Efeitos no organismo
Ao chegar na corrente sangüínea, a maconha passa por todos os tecidos do organismo. As sensações experimentadas variam com o teor de Delta 9THC das preparações (que varia de acordo com a parte da planta utilizada e o modo como são preparadas), via de introdução e absorção do Delta 9THC. Os efeitos variam muito de indivíduo para indivíduo e dependem da personalidade e mesmo do grau de experiência do indivíduo no uso da droga.

Os efeitos são os mais diversos possíveis, a seguir listados, estão alguns efeitos e males causados pelo uso da maconha:

A curto prazo, os efeitos comportamentais típicos são:
  1. período inicial de euforia (sensação de bem-estar e felicidade, seguido de relaxamento e sonolência).
  2. quando em grupo, ocorrem risos espontâneos
    (risos e gritos imoderados como reação a um estímulo verbal qualquer).
  3. perda da definição de tempo e espaço: o tempo passa mais lentamente (um minuto pode parecer uma hora ou mais), e as distâncias são calculadas muito maiores do que realmente são (um túnel de 10 metros de comprimento.
    Pôr exemplo pode parecer ter 50 ou 100 metros).
  4. coordenação motora diminuída: perda do equilíbrio e estabilidade postular.
  5. alteração da memória recente.
  6. falha nas funções intelectuais e cognitivas.
  7. maior fluxo de idéias
  8. pensamento mais rápido que a capacidade de falar,
    dificultando a comunicação oral, a concentração, o aprendizado e o desenvolvimento intelectual.
  9. idéias confusas.
  10. aumento da freqüência cardíaca (taquicardia).
  11. hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos).
  12. aumento do apetite (especialmente por doces) com secura na boca e garganta.

Doses mais altas de podem levar a:
  1. alucinações, ilusões e paranóias.
  2. pensamentos confusos e desorganizados.
  3. despersonalização.
  4. ansiedade e angústia que podem levar ao pânico.
  5. sensação de extremidades pesadas.
  6. medo da morte.
  7. incapacidade para o ato sexual (até impotência).
A longo prazo, a extensão dos danos, bem caracterizados,
se restringem ao sistema pulmonar e cardiovascular.

  1. maior risco de desenvolver câncer de pulmão.
  2. diminuição das defesas, facilitando infecções.
  3. dor de garganta e tosse crônica.
  4. aumenta os riscos de isquemia cardíaca.
  5. percepção do batimento cardíaco.

Observação:
A mulher que amamenta passa as toxinas da droga para a criança através do leite materno.


  1. Dados Estatísticos sobre a Maconha
O consumo da maconha começou a subir na década de 1960-70 chegou ao ápice em 1979 depois caiu, voltando a avançar em 1994. Nos EUA em 1992, 4% da população tragava a maconha. Avaliações feitas pela OMS, indica que em 1997 o número de usuários de maconha era de 140 milhões de pessoas. A OMS afirma ainda que o uso da maconha tende a aumentar.


Drogas em Escolas do Rio de Janeiro - RJ
(pesquisa com 3139 alunos de 1º e 2º grau, entre 1997 e 1998)
Droga Idade de Iniciação (anos) Usam com freqüencia (%) Consumo entre universitários (%)
Solventes/inalantes 12,72,818,0
Maconha 13,82,028,0
Cocaína 13,60,63,0
Fonte: Revista GALILEU Nº 08, Editora Globo Ciência 1999


  1. Recuperação de Viciados
A recuperação de viciados da maconha não se difere muito da forma de recuperação de outros viciados. Acontece ainda que geralmente um viciado em maconha, que é uma droga de poder viciativo moderado, também é viciado em outras drogas como a cocaína e álcool.

A dependência é considerada como doença, e cada caso é um caso único a ser tratado. As atividades de recuperação de viciados concentram-se em clinicas especializadas, onde o viciado não tem contato com a droga. Em clínicas especializadas os doentes passam por uma análise histórica e depois são tratados e acompanhados por psicólogos, psiquiatras e médicos. Há também as clínicas localizadas no campo em forma de comunidades. Ali os viciados estão em contato com outros viciados com o mesmo problema.

Os viciados tem acompanhamento médico e religioso, e se curam conforme eles mesmo dizem, pela força da fé. Nas clínicas campestres pessoas em recuperação passam por aconselhamento e são instruídos a trabalhar em atividades agrícolas.

Muitos trabalhos dessa forma tem conseguido bons resultados, como por exemplo a comunidade Betânia em Santa Catarina e a comunidade do Padre Aroldo. Há também os que procuram em igrejas evangélicas de diferentes denominações para se livrar do vício e obtém resultados positivos.


  1. Conclusão
É impossível dizer que a maconha não faz mal. É um vício, considerado por muitos como doença. Quem está vendo de fora pouco sabe sobre ela. Quem já viveu uma experiência com maconha tem outra visão. Por melhor que seja o prazer causado pela inalação de um cigarro feito de maconha ele com certeza não trará bons resultados no futuro.

A maconha chega ate o usuário pelo traficante, que repassa a droga a um conhecido, que por sua vez oferece a um não viciado. Ai está a dinâmica de iniciação do novo viciado, em geral fumante. São inúmeras as consequências maléficas do uso da maconha, que vão desde baixo rendimento nos estudos até alterações hormonais. O vício sempre é mais forte e pensando no prazer ou por vício o usuário ser esquece das consequências a longo prazo e reincide novamente.

Então é correr atrás do prejuizo, tentar se livrar do vício da maconha, que geralmente leva a outros vícios, pois onde há maconha quase sempre também há outras drogas. Do ponto de vista técnico, a maconha age no cérebro alterando sua função, causando várias conseqüências. Há portanto muita coisa a dizer e se fazer para se minimizar o uso da maconha. Devemos começar por entender como ela age e seus efeitos.Instruir as novas gerações para que não caiam no vicio.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

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Clavicepis purpurea (ergot)
São drogas sintéticas, e provocam distorções sérias no funcionamento cerebral; o usuário sente-se um "super-homem", incapaz de avaliar situações de perigo; ilusões, alucinações e desorientação têmporo-espacial são comuns.
Destacamos algumas reações do uso agudo ou crônico do LSD:
- Alteração das percepções visual, gustativa, tátil, auditiva e olfativa
- Sensação anormalmente estranha de perda do limite entre o espaço e o corpo
- Sensação de que os sons podem ser vistos
- Sensação de pânico e medo
- Apreensão constante
- Reações psicóticas representadas por alucinações, delírio, grande labilidade afetiva, depressão psíquica
- Sensação simultânea de relaxamento e tensão, alegria e tristeza
- Sensação paranóide de poder voar
- Morte acidental
- Aparecimento de surtos de esquizofrenia
- Distúrbio da memória, reflexos exaltados
- Tremores corporais
- Náuseas, tonteira
- Parestesia (sensação pervertida de formigamento, arranhamento ou queimação da pele)
- Distúrbios visuais
- Perda do controle dos pensamentos
- Aumento da glicose no sangue e da freqüência cardíaca
- Elevação da pressão arterial e convulsão
(Fonte: Salvar o Filho Drogado, Dr. Flávio Rotman, 2ª edição, Editora Record)
O LSD é solúvel em água, pode ser rapidamente absorvido depois de administrado oralmente e é eficaz em quantidades notavelmente pequenas. Uma dose média de 25 microgramas pode produzir efeitos significativos durante 10 a 12 horas. Sua potência é impressionante (300 mil vezes mais ativa que a maconha), porque o tecido cerebral mantém uma baixíssima concentração de LSD em relação a qualquer outro tecido do corpo, durante todo o tempo posterior a ingestão da droga.
A tolerância ao LSD ultrapassa a maioria dos outros alucinógenos, incluindo os derivados de anfetamina alucinógena e a mescalina; mas não se estende à maconha. Os usuários de LSD, portanto, repetem as doses após longos intervalos e não o substituem nem o administram simultaneamente com outros alucinógenos.
( Fonte: Como agem as drogas, Gesina L. Longenecker,PH.D. Quark books. Ilustrações de Nelson W.Hee)



Ecstasy
*Chamada erroneamente de droga do amor, o ecstasy é considerada uma droga nova e é muito conhecida entre a galera que sai à noite na balada, principalmente em raves. O ecstasy causa uma sensação de euforia e prazer. Segundo algumas pessoas que já experimentaram a droga, você é tomado por uma sensação de leveza, alegria e poder.

O ecstasy foi inventado em 1914 em uma pesquisa com antidepressivos com efeito rápido. Começou a ser usada há 10 anos na Inglaterra e hoje é consumido em geral por jovens de classe média. O tráfico não vem dos morros das favelas: na maioria das vezes, é feito dentro de algumas festas mesmo.
Mas o perigo está justamente nessa sensação de poder que a droga passa. Esse "bem estar", alegria e muita energia é como se fosse uma "ilusão" que o cérebro passa. De repente, uma pessoa toma a droga e fica dançando por umas 5 horas, mas muitas vezes ela não tem um preparo físico para agüentar tanta agitação. Não é raro algumas pessoas ficarem com febre ou resfriadas no dia seguinte. Isso porque a droga diminui a resistência do corpo.

Está muito errado quem pensa que só porque o ecstasy é "droga de final de semana", não vicia. Vicia sim! O ecstasy é uma anfetamina, uma droga sintetizada em laboratório. Anfetamina é estimulante do sistema nervoso central. Ou seja, faz com que você fique "ligado" por mais tempo do que o normal, executando atividades e descartando o descanso. Só que esse cansaço aparece depois que a droga sai do organismo. Quando o usuário for tomar a droga de novo, a energia vem em menor intensidade. Aí, é claro que a pessoa vai tomar uma dose muito maior na próxima vez. O organismo da pessoa vai ficando cada vez mais tolerante à droga e aí vira uma boa de neve. Quando menos se imagina, a pessoa já virou dependente.

A droga pode provocar euforia, desinibição, ansiedade e intensa sensação de sociabilidade. Porém, existem casos onde os efeitos são exatamente ao contrário: ao invés de prazer, a pessoa pode ser tomada por uma sensação de paranóia e pânico, além de profunda depressão.

Depois de ingerido, o ecstasy começa a fazer efeito depois de 20 a 60 minutos. Além de psíquico, causa efeitos físicos: aumento da pressão arterial, aceleração dos batimentos cardíacos, diminuição do apetite, pupilas dilatadas e boca seca. O metabolismo acelera, e por isso, a temperatura do corpo aumenta, chegando até 40º. Esse é um dos motivos que levam os consumidores a beber litros e litros de água enquanto dançam. A vista também fica sensível a luz, por isso que muitos usam óculos escuros.

Aliás, o calor provocado pela droga é o efeito colateral mais discutido, sendo que se a temperatura do corpo aumentar muito, pode causar convulsões e levar o usuário até a morte. Para saciar a sede, o pessoal abusa da água. Só que aí que vem o dilema: se beber muita água, o usuário não vai conseguir controlar a urina e se não beber muita água, pode sofrer de desidratação!!

Lembrando que como a droga faz parte do grupo das anfetaminas, os efeitos deste também servem para o ecstasy: sérios danos no fígado, coração, cérebro e degeneração dos neurônios, além da possibilidade de aparecer sintomas psíquicos como paranóia, agressividade, ansiedade fóbica, insônia, etc. Depressão e perda de memória são outros efeitos colaterais. Ou seja, por se tratar de uma droga química, ou seja, produzida em laboratório, os efeitos dessa e de tantas outras drogas podem não ser tão agradáveis assim como muitas pessoas acham!
* Fonte: MSN

  @Recebi por e-mail fonte desconhecida.

MEMÓRIAS DE UM DROGADO

domingo, 30 de maio de 2010

Poesia: Memórias de um drogado


Acordei sem tempo, acordei sem hora
A cada momento viajo na imensidão do vazio da minha memória.
Toda ilusão e alucinação vêm sobre mim como um relâmpago que sai do oriente e que se mostra no ocidente.
Será que estou louco?
Será que morri?
Apenas vejo coisas que nunca vi.
Diante do pó branco sobre minha mesa procuro refúgio na esperança de encontrar os sonhos que nunca vivi.

Autor:  Adalberto Romualdo Pereira Henrique
Acadêmico de Terapia Ocupacional pela FAMINAS – Faculdade de Minas
Muriaé- MG

DIGA Ñ AO CRACK

Diga Não Ao Crack

Comunicação Racial

Hoje acordei meio triste sem ter motivos pra rir
Vendo os irmãos se entregando se acabando no crack
Isso me faz chorar é triste ver a família que sofre
Perdendo o chão.
A pedra e o cachimbo na mão
Mais um que vai mergulhar num
Mar de pura ilusão outra família
A chorar é deprimente ver
Mais uma vida acabar
Hoje acordei meio triste sem ter motivos pra rir
Vendo os irmãos se entregando se acabando no crack
Isso me faz chorar é triste ver a família que sofre
Perdendo o chão.
Mais uma lágrima escorre na face
De quem ficou o vicio maldito do crack
Mais uma vida levou, não quero ver
Você indo de encontro à morte
Hoje acordei meio triste sem ter motivos pra rir
Vendo os irmãos se entregando se acabando no crack
Isso me faz chorar é triste ver a família que sofre
Perdendo o chão.
Não, não vá

Drogas

As drogas são definidas como toda substância, natural ou não, que modifica as funções normais de um organismo. Também são chamadas de entorpecentes ou narcóticos. A maioria das drogas são produzidas à partir de plantas (drogas naturais), como por exemplo a maconha, que é feita com Cannabis sativa, e o Ópio, proveniente da flor da Papoula. Outras são produzidas em laboratórios (drogas sintéticas), como o Ecstasy e o LSD. A maioria causa dependência química ou psicológica, e podem levar à morte em caso de overdose. . Existem exames médicos que conseguem detectar a presença de várias drogas no organismo – são chamados de Exames Toxicológicos. As pessoas que tentam abandonar as drogas podem sofrer com a Síndrome de Abstinência, que são reações do organismo à falta da droga.
O tráfico de drogas é chamado de narcotráfico. Algumas dessas substâncias são utilizadas em medicamentos (drogas lícitas), outras são proibidas em quase o mundo todo (drogas ilícitas).

Abaixo os principais tipos de drogas:

Drogas Naturais

  • Maconha: uma das drogas mais populares, a maconha é consumida por meio de um enrolado de papel contendo a substância. É feita a partir da planta Cannabis sativa. Existe a variação chamada Skunk, com um teor de THC bastante elevado, bem como o Haxixe.
  • Ópio: droga altamente viciante, o Ópio é feito a partir da flor da Papoula. Os principais efeitos são sonolência, vômitos e náuseas, além da perda de inteligência (como a maioria das drogas). Opiáceos: codeína, heroína, morfina, etc.
  • Psilocibina: é uma substância encontrada em fungos e cogumelos, a Psilocibina tem como principal efeito as alucinações. Também é utilizada em pesquisas sobre a enxaqueca.
  • DMT – Dimetiltriptamina: A principal consequência do seu consumo são perturbações no sistema nervoso central. Utilizada em rituais religiosos.
  • Cafeína: é o estimulante mais consumido no mundo – está no café, no refrigerante e no chocolate.
  • Cogumelos Alucinógenos: alguns cogumelos, como o Amanita muscaria podem causar alucinações.

Drogas Sintéticas

  • Anfetaminas – Seu principal efeito é o estimulante. É muito utilizada no Brasil por caminhoneiros, com o objetivo de afastar o sono e poder dirigir por longos períodos.
  • Barbitúricos – Um poderoso sedativo e tranquilizante, causa grande dependência química nos seus usuários.
  • Ecstasy – Droga altamente alucinógena, causa forte ansiedade, náuseas, etc.
  • LSD – Outro poderoso alucinógeno que causa dependência psicológica.
  • Metanfetamina – Era utilizada em terapias em muitos países, mas foi banida pelo uso abusivo e consequências devastadores da droga.

Drogas Semi-Sintéticas

  • Heroína – A heroína é uma das drogas mais devastadores, altamente viciante – causa rápido envelhecimento do usuário e forte depressão quando o efeito acaba.
  • Cocaína e Crack – A cocaína é o pó produzido a partir da folha de coca, e o crack é a versão petrificada dessa droga. Altamente viciante, deteriora rapidamente o organismo do drogado, causando também perda de inteligência, alucinações, ansiedade, etc.
  • Morfina – É uma droga utilizada principalmente para o alívio de dores em todo o mundo. Também causa dependência química nos seus usuários.
  • Merla – droga produzida a partir da pasta de coca.
drogas

Outras Drogas: inalantes, solventes, bebidas alcoólicas, cigarro

O QUE É VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


O que é violência contra a mulher

O QUE É VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Em 1994, o Brasil assinou o documento da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará. Este documento define o que é violência contra a mulher, além de e explicar as formas que essa violência pode assumir e os lugares onde pode se manifestar. Foi com base nesta Convenção que a definição de violência contra a mulher constante na Lei Maria da Penha foi escrita.

Segundo a Convenção de Belém do Pará:

Art. 1º Para os efeitos desta Convenção deve-se entender por violência contra a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado.

Art. 2º Entender-se-á que violência contra a mulher inclui violência física, sexual e psicológica:

1. que tenha ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer outra relação interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo domicílio que a mulher e que compreende, entre outros, estupro, violação, maus-tratos e abuso sexual:

2. que tenha ocorrido na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e que compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura, maus tratos de pessoas, tráfico de mulheres, prostituição forçada, seqüestro e assédio sexual no lugar de trabalho, bem como em instituições educacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar, e 

3. que seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.

A Lei Maria da Penha traz uma definição de violência contra a mulher seguida por uma explicitação das formas nas quais tais violências podem se manifestar, inspirada nos princípios colocados na Convenção de Belém do Pará. Este trecho está no TITULO II – DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER, dentro do qual encontramos dois capítulos, sendo que o primeiro trata de definir a violência em foco e o segundo das formas de violência. Inserimos, logo abaixo, esses dois capítulos, mas você pode acessar o texto completo da Lei Maria da Penha no item A LEI NA ÍNTEGRA.

TÍTULO II - DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.

Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II -
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

“Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.”